No livro Plantão de Respostas, Volume II, Chico Xavier diz: “Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2.057”.
Percebamos que o ano de 2.057 está dentro dos limites preconizado por Kardec.
O que nos leva a crer que, quando os princípios espíritas estiverem implantados em todo o planeta, haverá uma revolução cultural em tamanha proporção, que veremos o alvorecer do tão esperado Mundo de Regeneração.
Em 1932, através do capítulo acima UM NOVO CICLO EVOLUTIVO, Maria João de Deus (Mãe de Chico Xavier), informa:
“Nossos venerandos mentores espirituais sempre nos elucidam, explicando que a Terra se acha em vias de conhecer um novo ciclo evolutivo. Explicam-nos, então, que esses movimentos objetivam não só o cumprimento exato das provações individuais e coletivas dos homens e dos povos, como também representam um trabalho de drenagem sobre as multidões humanas, selecionando as almas então encarnadas nesse mundo” e, através do capítulo AS CORRENTES MIGRATóRIAS, informa: “Afirmam, portanto, os nossos guias que apenas começamos a presenciar os grandes acontecimentos que, fatalmente, terão de ocorrer nos anos vindouros.“
Em 1938, no capítulo acima LUTAS RENOVADORAS, Emmanuel informa:
“As guerras russo-japonesa e a européia de 1914 a 1918 foram pródromos de uma luta maior, que não vem muito longe, dentro da qual o planeta alijará todos os Espíritos rebeldes e galvanizados no crime, que não souberam aproveitar a dádiva de numerosos milênios, no patrimônio sagrado do tempo.“
E, em 1971, conforme capítulos do livro PLANTãO DE RESPOSTA, transcritos abaixo, Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2057.
Portanto, com base nestas informações supracitadas, entendemos que o processo de “TRANSICÃO DE PLANETA DE PROVAS E EXPIAÇÕES PARA O DE REGENERAÇÃO” teve início com a 2ª guerra mundial e deve estar concluído por volta de 2057.
Esta magnífica obra “A CAMINHO DA LUZ” não se limita a um simples registro histórico, apenas, mas, sobretudo, tem como finalidade precípua a demonstração do ciclo evolutivo a caminho da regeneração.
Podemos concluir, também, que Francisco Cândido Xavier é um dos principais missionários enviado à Terra, no início desse período de transição, para ratificar e complementar todas as informações necessárias, a fim de que possamos trabalhar em prol do nossos semelhantes e na iluminação do nosso íntimo, “finalidade divina do Espiritismo“.
Livro “PLANTÃO DE RESPOSTA” referente ao programa de televesiao em Dezembro de 1971 – “PINGA FOGO (II)”.
Capítulos do livro “Plantão De Respostas “ – Emmanuel/Francisco Cândido Xavier
CONDIÇÕES DO PLANETA (I)
Pergunta: O que a Doutrina Espírita pode dizer a respeito do fim dos tempos, isto é, como ocorrerá a transformação do planeta em planeta de provas e expiações para o de regeneração?
Resposta: Através da busca da espiritualização, superação das dores e construção de uma nova sociedade, a humanidade caminha para a regeneração das consciências.
Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2057. Cabe, a cada um, longa e árdua tarefa de ascensão. Trabalho e amor ao próximo com Jesus, este é o caminho.
CONDIÇÕES DO PLANETA (II)
Pergunta: Qual a classificação do Planeta Terra na Hierarquia Universal? é verdade que a humanidade se encontra ainda no estágio animal e não hominal?
Resposta: Planeta de Prova e Expiação. Segundo Allan Kardec, a Terra deixará de ser um mundo de dor, de provas e de expiações, para ser um mundo de Regeneração, de reequilíbrio, de felicidade. Encontramo-nos em processo de evolução.
Encarnado no corpo do homem, o espírito lhe traz o princípio intelectual e moral que o torna superior aos animais. Purificando-se, o espírito se liberta pouco a pouco da influência da matéria. Sob essa influência aproxima-se do bruto, mas não deixa de pertencer ao reino hominal. Isento dela, elevar-se-á à sua verdadeira destinação, ou seja, a de espírito puro.
Bezerra de Menezes, nos informa quando o espiritismo será implantado na terra.
No livro (*)Atitude de Amor, Editora Dufaux, psicografia de Wanderley Soares de Oliveira, Bezerra de Menezes nos esclarece que para o Espiritismo ser implantado na Terra houve um planejamento na espiritualidade (como não poderia deixar de ser), e que a implantação teve uma delimitação de três períodos distintos de 70 anos.
O primeiro período de 70 anos (de 1.857 a 1.927) teve como foco a consolidação do fato de que o Espiritismo não é uma crença fundamentada em idéias humanas, mas, sim, o Espiritismo é a Doutrina dos Espíritos.
O segundo período (de 1.928 a 1.997) teve como objetivos a proliferação dos Centros Espíritas e a difusão do conhecimento espírita. Foi o período em que ficamos especialistas em fazer belos discursos, sem praticá-los! Passamos a ter conhecimento, mas, sem as correspondentes atitudes.
O terceiro e último período de 70 anos (1.998 a 2.067) é o que estamos vivendo neste momento! O que implica o quão essencial é crermos que nossa atual reencarnação é a mais importante de todas as existências que até hoje tivemos.
Sobre este último período, diz Bezerra de Menezes que é o período das atitudes, isto é, este é o momento de praticarmos o que até agora aprendemos com o Espiritismo.
Por exemplo, se temos um belo discurso sobre fraternidade, chegou a hora de sermos fraternos. Como disse Richard Simonetti, “Chegou a hora do conhecimento descer da cabeça para o coração”, ou como disse nosso também confrade Carlos Abranches: “Precisamos raciocinar com o coração e amar com o cérebro”.
Conclusão – III: Bezerra de Menezes nos informa que a implantação do Espiritismo na Terra será no período de 1.997 a 2.067, período este dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.
Atitude deAmor
(Mensagem do espírito Bezerra de Menezes, no livro Seara Bendita, psicografado por Maria José da Costa Soares de Oliveira e Wanderley Soares de Oliveira, MG: Editora INEDE, 2000)
“Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis?
não fazem os publicanos também o mesmo?” – Mt. 5:46″
A palavra de Bezerra:
O período da maioridade
Na primeira noite após o memorável Congresso Espírita Brasileiro (1), fomos convocados para ouvir a palavra sóbria e cândida do paladino da unificação, Bezerra de Menezes, em ativo núcleo de nosso plano destinado aos empreendimentos voltados para o Consolador.
Ainda invadidos pelos sentimentos sublimes despertados pelo inesquecível conclave, ora encerrado na cidade de Goiânia trazíamos nossa mente imersa em profundas meditações acerca do quanto a ser feito ante as perspectivas descerradas.
No momento azado, dirigimo-nos para o salão onde se daria o conclave. Chegamos minutos antes no intuito de rever companheiros queridos que labutavam em plagas distantes e que, a convite de Bezerra, mantiveram-se ali após o congresso exclusivamente para ouvir-lhe a palestra.
A lotação era para cinco mil participantes e não havia lugares desocupados. Eram os trabalhadores do evento ora realizado, militantes da Seara em outros continentes, poetas, educadores, seareiros dos primeiros tempos, personagens da história brasileira, enfim, grupo imenso; todos comprometidos com os destinos do Espiritismo. Representações de caravaneiros de todos os estados brasileiros e dos países participantes do magno evento também estavam presentes, além dos servidores anônimos que se prestaram aos mais variados serviços de amparo e defesa pelo bem da tarefa concluída no plano físico.
Seria impossível relacionar todos, mas com intuitos que atendem a nosas ponderaçòes do momento destacamos a presença de Robert Owen (o filho), César Lombroso, Humberto Mariotti, Milton O’Relley, Anita Garibaldo, Helena Antipoff, Edgard Armond, Torteroli, Jean Baptiste Roustaing, Benedita Fernandes, Deolindo Amorim, Herculano Pires, Carlos Imbassahy, Freitas Nobre, Toulouse Lautrec, Tarsila do Amaral, Frederico Fígner, cassimiro de Abreu, Olavo Bilac, Castor Alves, Antônio Wantuil de Freitas, Alziro Zarur, Rui Barbosa, Antônio Luiz Sayão, Antônio(?) Olímpio Telles de Menezes, Cairbar Schutel.
Fomos chamados para o instante aguardado. Uma pequena e singela mesa com um belíssimo ornamento de flores embelezava o palco ao lado de potente aparelho sonoro dirigido ao grande público presente. Tudo guardando extrema simplicidade. Sem cerimônias e delongas, após oração comovida por parte de nosso condutor é passada a oportunidade ao imbatível “médico dos pobres”. (2):
Irmãos, Jesus seja nossa inspiração e Kardec a luz de nossos raciocínios.
O cinqüentenário do acordo de unificação, o Pacto áureo, ainda agora enaltecido pela comunidade espírita mundial, é vitória de incomensurável quilate espiritual para a glória do Espiritismo. Os esforços não foram em vão.
Passado o conclave nosso olhar se volta, mais que nunca, para o futuro.
Sem demérito de qualquer espécie a corações que têm feito o melhor que podem, os que aqui se encontram presentes conhecem de perto a extensão das necessidades com as quais estamos lidando.
E ainda agora, enquanto muitos se encontram inebriados com a nobre comemoração face às conquistas logradas em meio século de serviço austero, atentemos para o quanto nos falta caminhar, a fim de merecermos com justiça o título de Cristãos da nova era.
Desde as primeiras idéias para a formação das bases organizativas do movimento, são passados quase cem anos. O progresso é evidente.
Entretanto, não será demais e insano afirmar que, a despeito das conquistas, encontramo-nos na infância de nisso movimento libertador ante a envergadura da missão a nós confiada na humanidade.
A progressão do ideário espírita está em boas mãos e a falange verdade continua o programa com sucesso, não obstante os empecilhos que são variados.
Inteiremo-nos com acerto sobre o que o momento espera de todos e façamos o que for preciso, a fim de impedirmos o prolongamento da conveniência prejudicial ao prosseguimento de planos maiores.
Os primeiros setenta anos do Espiritismo constituíram o período da consagração da origens e das bases em que se assentam a Doutrina, que lhe conferiram legitimidade. Heróis da tenacidade e fibra moral, dispostos a imolar-se pela causa, venceram o preconceito do tempo e a pressão da inferioridade humana no resguardo e defesa da empreitada de Allan Kardec. O último lance que delimitou esse período foi o Congresso Internacional de Espiritismo realizado em Paris (3), onde o arauto do bem, Leon Dénis, suportou a lâmina sutil da mentira e consolidou o perfil definitivo do Espiritismo como Doutrina dos Espíritos, eximindo-a de desfigurações que em muito prejudicariam sua feição educativa e conscientizadora.
O segundo período de mais setenta anos, que coincide com o fechamento do século e do milênio, foi o tempo da proliferação. Uma idéia universal jamais poderia ficar confinada a grupos de estudo ou experimentos da fenomenologia mediúnica de materialização; fazia-se necessária a intensificação dos conhecimentos dentro de um crescimento ordenado e defensivo na elaboração de um perfil filosófico. Eis o mérito das entidades promotoras da unificação e da multiplicação de centros espíritas. Sob o regime de controle e zelo foram predicados os seus objetivos primaciais. A literatura subsidiária provocou o questionamento, a discussão, o estudo, e com isso o aprendizado dilatou-se.
A primeira etapa consagrou o Espiritismo como ideário do bem, atraindo a simpatia e superando o preconceito; a segunda ensejou a difusão. Penetramos agora o terceiro portal de mais setenta anos, etapa na qual pretende-se a maioridade das idéias espíritas.
É necessário atestar a vitalidade dos postulados espiritistas como alavanca de transformações sociais e humanas. Sua influência na cultura, nas artes, na ciência, nas leis, na filosofia e na religião conduzirá as comunidades, que lhe absorverem os princípios, a novos rumos para o bem do homem através da mudança do próprio homem.
Esse novo tempo deverá, igualmente, conduzir a efeitos salutares a nossa coletividade espírita, criando entre nós, seus adeptos, o período da atitude. O velho discurso sem prática deverá ser substituído por efetiva renovação pela educação moral. É a etapa da fraternidade na qual a ética do amor será eleita como meta essencial, e a educação como o passo seguro na direção de nossas finalidades.
Jesus definiu seus discípulos por muito se amarem, o Espírito verdade assinalou o “amai-vos e instruí-vos” como plataforma do verdadeiro espírita, e esses ensinos deverão constituir a base do programa transformador para nossas metas ante a era nova.
Assim como nas demais fases foram programadas reencarnações missionárias, a exemplo do que sucedeu no iniciar dos séculos XIX e XX, igualmente se apronta uma geração nova para os novéis ofícios da causa, dentre os quais muitos de vós aqui presentes estão esclarecidos sobre seu auspicioso retorno às fileiras do Consolador em missões de solidariedade e renovação, enquanto os que guardam maiores compromissos na vida extra-física estão conscientes dos desafios que a todos nos esperam.
Descrevamos algo de essencial acerca dessas batalhas que enfrentaremos, para não localizarmos o “joio” onde está o “trigo” e definirmos melhor as estratégias de ação.
Todos os que estão hoje em postos da administração pública brasileira, em dissonância com a ética e com os objetivos superiores para os quais reencarnaram, de bem conduzir os interesses deste País, serão, um a um a seu tempo, “removidos” para acertarem contas com as suas consciências e a espiritualidade superior.
É o que se viu e se vê todos os dias na mídia.
O FUTURO DO BRASIL Mensagem de André Luiz
André Luiz & Francisco Cândido Xavier
(*) Mensagem de 1952. Ver nota no final
O mundo caminha para grandes conquistas e também grandes catástrofes. O engenho de guerra que assombrou o mundo com a destruição moral e material de Hiroshima e Nagashaki será a causa de desentendimentos no mundo inteiro. No Brasil, um líder operário terá morte violenta, pois as forças espirituais que vivem no cosmos pedem ao Supremo Criador justiça por tudo o que foi feito de bárbaro em nome do Supremo Criador e da Pátria.
Com o desaparecimento deste, o Brasil vai passar por momentos difíceis, diversos movimentos armados vão abalar profundamente a estrutura nacional. No meio a isto virá um homem da terra do Mártir Tiradentes, e, apesar as pressões, muito irá fazer pelo Brasil, inclusive será o criador de uma Cidade Jardim, tal qual o Éden, diferente de todas as cidades, mas será substituído por outro que muita confusão irá criar e , na sua saída injustificada vai deixar a nação abalada e deste abalo vai começar o período crítico, até que o homem do patriotismo, vindo também da terra de Tiradentes irá cercar se de outros e vão derrubar a viga mestra da confusão e então muita coisa nova vai acontecer.
Homens , mulheres e crianças vão sofrer conseqüências justas e injustas provocadas por erros anteriores. O regime será combatido e até abalado, mas, muitas nações a dar crédito e respeito ao Brasil.
Com a mudança dos homens, muitos que foram o esteio da situação, serão chamados a prestar contas a Deus,então o sol, as enchentes e o frio vão criar a fome e o desespero, não só no Brasil, mas também no mundo.
Mas, no fim de tudo, vai aparecer um homem franco, sincero e leal, que montado em seu cavalo branco e com sua espada, dará uma nova dimensão e personalidade aos destinos do Brasil, corrigindo injustiças e fazendo voltar a confiança e esperança no futuro do Brasil.
Será combatido e criticado por seu temperamento e atitudes, mas ele contará com a proteção das Forças Supremas que habitam o Cosmos, e o Brasil será verdadeiramente o coração do mundo e, apesar de crises e ameaças, internas e externas, que irão aparecer, ele será sempre o fiel da balança pela sua fé e esperança no destino do Brasil a ele confiado.
(*) – Mensagem de André Luiz, transcrita por Chico Xavier. Recebida no Centro Espírita Jesus de Nazaré, em Congonhas do Campo, aos 23 dias de dezembro de 1952. O líder operário mencionado é Getúlio Vragas, e o que abandona o poder é Jânio Quadros. Há referências a Juscelino Kubitcheck, à criação de Brasília (cidade jardim) e à época da ditadura. Há referências a Tancredo Neves (com a morte dele e a ascenção de Sarney a ditadura efetivamente acabou), e agora muita coisa está acontecendo. Há referências a problemas de fome, enchentes e secas e a um líder que ainda há de vir.
Missão espiritual no Brasil
É indiscutível a missão do Brasil, como nação livre e soberana, no campo do socorro e assistência aos povos irmãos em penúria, seja intermediando a paz, porventura, entre as oponentes em conflito, seja colaborando material e socialmente com as mesmas em suas dificuldades, principalmente às mais modestas no concerto dos povos.
Ainda agora, nosso país tem envidado esforços no sentido de colaborar com o Haiti, na América Central, ainda em franca distonia política.
Porém, sua missão não se circunscreve apenas ao campo da assistência material e política às demais nações da Terra, mas também, à assistência espiritual.
Trata-se de magna missão que lhe foi outorgada por Jesus, como, aliás, está registrado no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de autoria de Humberto de Campos e psicografia de Chico Xavier.
Conforme ali está registrado, Jesus dignou-se de transplantar a árvore de seu Evangelho de Amor e redenção para a pátria do Cruzeiro, então Terra de Santa Cruz.
Assim, sob a égide do próprio Cristo, na terra dadivosa do Cruzeiro prolifera não apenas o maná que aplaca a fome do corpo, mas também a sede do espírito.
Colhe-se da obra citada, sob o título Esclarecendo, em seguida ao prefácio de Emmanuel, da verve do destacado ex membro da Academia Brasileira de Letras, as sensibilizantes expressões (Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho – 14ª edição – FEB):
“…Mas, se numerosos pensadores e artistas notáveis lhe traduziram a grandiosidade de mundo novo, contudo “lá fora” as inesgotáveis reservas do gigante da América, todo esse espírito analítico não passou da esfera superficial das apreciações, porque não viram o Brasil espiritual, o Brasil evangélico, em cujas estradas, cheias de esperança, luta, sonha e trabalha o povo fraternal e generoso, cuja alma é a “flor amorosa de três raças tristes”, na expressão harmoniosa de um dos seus poetas mais eminentes.
As reservas brasileiras não se circunscrevem ao mundo de aço do progresso material, que impressionou fortemente o espírito de Humboldt, mas se estendem, infinitamente, ao mundo de ouro dos corações, onde o país escreverá a sua epopéia de realizações morais, em favor do mundo.
Jesus transplantou da Palestina para a região do Cruzeiro a árvore magnânima do seu Evangelho, a fim de que os seus rebentos delicados florescessem de novo, frutificando em obras de amor para todas as criaturas…”
E, para o tom revigorante da realidade do ordenado por Jesus, do Plano Maior, o consagrado autor de “Sombras que Sofrem”, acrescenta:
“…Nessa abençoada tarefa de espiritualização, o Brasil caminha na vanguarda. O material a empregar nesse serviço não vem das fontes de produção originariamente terrena e sim do plano invisível, onde se elaboram todos os ascendentes construtores da Pátria e do Evangelho…”
Emmanuel, endossando as informações de Humberto de Campos, no prefácio da obra, informa:
“…O Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro…
…Se outros povos atestaram o progresso, pelas expressões materialistas e transitórias, o Brasil terá a sua expressão imortal na vida do espírito, representando a fonte de um pensamento novo, sem as ideologias de separatividade, e inundando todos os campos das atividades humanas com uma nova luz…”
Como prova de aplicação prática desse sagrado dever cristão de nosso país para com os demais povos do orbe, registramos, ao ensejo, o caso abaixo, do livro Inesquecível Chico, de Romeu Grisi e Gerson Sestini” (Edição GEEM, 2008, às páginas 136/137), obra biográfica a que já me referi neste jornal, em outro artigo:
“Perguntei ao médium, em certa ocasião, algo que sempre me vinha à mente, aguçando a curiosidade:
— Chico, em nossas reuniões mediúnica, na época da 2ª Guerra Mundial, recebíamos entidades que haviam desencarnado nos combates.
Minha mãe, de modo especial, tinha mais facilidade de atraí-las para serem socorridas.
Sabemos que André Luiz se refere, em uma de suas obras, a esse tipo de socorro naquele período.
Contudo, depois de certo tempo, estas comunicações cessaram por completo.
Qual seria o motivo?
— Existem razões para você relacionar esse fato, Romeu. Depois de desencarnado o conflito, os centros espíritas do Brasil foram convocados pela Espiritualidade a prestar socorro às entidades que desencarnavam aos milhares na Europa, que sabemos ter fortes laços espirituais com o nosso País, sobrecarregando a atmosfera espiritual daquele continente.
As barreiras espirituais que separam as nações de então foram abertas e os médiuns, nas sessões, serviram de instrumentos para que tais comunicações se dessem.
É notável destacar, contudo, que muitas casas espíritas só tiveram conhecimento da simultaneidade do trabalho realizado, através de comentários que se seguiram entre os confrades.
Passado o tempo necessário para que essas atividades se realizassem, as barreiras espirituais entre as nações se fecharam, motivo pelo qual as comunicações deixaram de ocorrer, como você queria saber.”
Weimar Muniz de Oliveira – Juiz Federal) É presidente do Lar de Jesus, vice-presidente da Abrame – Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas – e diretor da Federação Espírita do Estado de Goiás – Feego Missão espiritual no Brasil
A Missão do Brasil
Por todo o mundo, muitos corações empedernidos fecham-se aos apelos da caridade e da necessidade de se dividir mais igualitariamente as riquezas materiais que existem no globo e entre dias de ação de graças, comemorações de datas pátrias, oferendas a ídolos de pedra, milhões de crianças, homens e mulheres sucumbem à humilhação do pós-guerra, ao massacre da fome, a dor de um ente violentado e a prostituição. E no Brasil, na terra do cruzeiro ,país continental escolhido pelo angelical Ismael para sediar a grande missão apostolar de ser fonte de bênçãos entre as diversas raças e religiões, oscila no psiquismo nacional, estágios de descrença e euforia social .
Neste roteiro de desafios desanimadores, retornam a Terra muitos servidores da Boa Nova, nos campos da filosofia, das ciências e das religiões fraternais. E para o Brasil, distante de conceitos de privilégios ou castas, se revezam vanguardeiros que se apresentam nas muitas áreas de atuação humana, marcando passagem pela sinceridade daquilo que falam e vivenciam.
***
Meus filhos lancemos fora os costumes desregrados e mesquinhos das épocas de alienação e revolta, que fizeram surgir rebeliões sociais a titulo de revolução do povo.
Afastemo-nos da cobiça desenfreada, onde o vil metal supera a honestidade e a dignidade dos Homens.
Apartemo-nos das falácias das elites igreijistas, serviçais de mamon, que pregam o separatismo e a intolerância até mesmo para com as chamadas minorias, irmãos nossos que merecem respeito e tolerância em suas opções.
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Neste contexto de transição espiritual, sobressai aos nossos olhos espirituais, a pátria brasileira a qual muito amamos e servimos em nossa ultima passagem pela Terra, e que aqui nos confins da espiritualidade, recebe particular afeto de nossa bendita Maria, a amorável mãe de Jesus, em virtude de se encontrarem encarnados no Brasil, alguns milhares de caravaneiros de sua equipe espiritual.
O Brasil há muito possui a missão de unir mentes no caminho da salvação caritativa e por isso deve acordar definitivamente deste sono, hora de euforia, hora de lassidão.
A nação é mais do que a alegria passageira oriunda dos títulos nos esportes populares, euforias carnavalescas, imediatismos consumistas, fatores que indiscutivelmente respeitamos, mas que tem gerado a médio e longo prazo, estímulos ao comodismo, ao esquecimento dos grandes problemas nacionais e com isso gerando campo fértil para a tese do menor esforço, da alienação e a incessante busca pelo poder que projeta nas sombras, a erva daninha do narcotráfico e da corrupção galopante que se espalha nos três poderes, conferindo péssimo exemplo as base da pirâmide social, o que sem duvidas propicia discursos hipócritas, messiânicos e populistas.
***
Neste momentos de desafios morais e intelectuais, a Doutrina Cristã Espírita, codificada por Allan Kardec, não é a única forma de auxiliar a espiritualizar os sentimentos, mas é aquela que melhor esclarece quanto às responsabilidades individuais e seus resgates cármicos.
Todas as religiões e filosofias que no mundo estimulam a bondade e a compreensão são bem aventuradas, mas o tempo urge para muitos de nossos irmãos alguns deles em ultimas oportunidades reencarnatórias necessitando de esclarecimentos mais racionais e diretos.
Filhos amai-vos e instrui-vos como ensinaram as venerandas vozes a Allan Kardec. Evangelizemos a criança, o moço e o adulto e não nos afastemos nem do apoio material, nem do amparo espiritual que são fontes benditas para nossa evolução.
***
No passado , a Palestina foi aquinhoada com a presença de Jesus e fechou as portas do templo intimo, optando pelas aparências e pelo personalismo, não façamos o mesmo com o Brasil.
O Brasil recebeu a missão de edificar vidas e ser o celeiro material e espiritual do mundo, mas se o povo buscar apenas a projeção material, tal como muitos impérios de gelo, sucumbirá ao sentimento devaidade pátria, negando o Cristo e endividando-se ainda mais perante os párias da nação.
Compadeçamo-nos das nossas crianças que perambulam nas ruas consumindo tóxicos devastadores. Idosos que jazem em catres infectos. Presidiários em depósitos de sevícias. Pais sem esperanças. Evitemos as teias do individualismo que propicia a cumplicidade com o aborto delituoso, as promoções de leis favoráveis à eutanásia, a pena de morte e a comunhão com o que há de pior em nosso primitivismo animal.
Irmãos acordemos enquanto ainda balouça nos quadrantes nacionais a bandeira do amor e da esperança pedindo-nos vivenciar o Evangelho do Cristo, com muito trabalho, solidariedade e tolerância.
Que assim Deus nos permita auxiliar. Do irmão humílimo de sempre,
Bezerra de Menezes
Livro: “Brasil, Coração do Mundo – Pátria do Evangelho”.
Espírito: Humberto de Campos. Psicografia: Francisco Candido Xavier.
PREFÁCIO
Emmanuel
Meus caros filhos. Venho falar-vos do trabalho em que agora colaborais com o nosso amigo desencarnado, no sentido de esclarecer as origens remotas da formação da Pátria do Evangelho a que tantas vezes nos referimos em nossos diversos comunicados. O nosso irmão Humberto tem, nesse assunto, largo campo de trabalho a percorrer, com as suas facilidades de expressão e com o espírito de simpatia de que dispõe, como escritor, em face da mentalidade geral do Brasil.
Os dados que ele fornece nestas páginas foram recolhidos nas tradições do mundo espiritual, onde falanges desveladas e amigas se reúnem constantemente para os grandes sacrifícios em prol da humanidade sofredora. Este trabalho se destina a explicar a missão da terra brasileira no mundo moderno. Humboldt, visitando o vale extenso do Amazonas, exclamou, extasiado, que ali se encontrava o celeiro do mundo. O grande cientista asseverou uma grande verdade: precisamos, porém, desdobra-la, estendendo-a do seu sentido econômico à sua significação espiritual.
O Brasil não está somente destinado a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas, também, a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro. Nestes tempos de confucionismo amargo, consideramos de utilidade um trabalho desta natureza e, com a permissão dos nossos maiores dos planos elevados, empreendemos mais esta obra humilde, agradecendo a vossa desinteressada e espontânea colaboração. Nossa tarefa visa a esclarecer o ambiente geral do país, argamassando as suas tradições de fraternidade com o cimento das verdades puras, porque, se a Grécia e a Roma da antiguidade tiveram a sua hora, como elementos primordiais das origens de toda a civilização do Ocidente; se o império português e o espanhol se alastraram quase por todo o planeta; se a França, se a Inglaterra têm tido a sua hora proeminente nos tempos que assinalam as etapas evolutivas do mundo, o Brasil terá também o seu grande momento, no relógio que marca os dias da evolução da humanidade.
Se outros povos atestaram o progresso, pelas expressões materializadas e transitórias, o Brasil terá a sua expressão imortal na vida do espírito, representando a fonte de um pensamento novo, sem as ideologias de separatividade, e inundando todos os campos das atividades humanas com uma nova luz. Eis, em síntese, o porquê da nossa atuação, nesse sentido.
O nosso irmão encontra mais facilidade para vazar o seu pensamento em soledade com o médium, como se ainda se encontrasse no seu escritório solitário; daí a razão por que as páginas em apreço foram produzidas de molde a se aproveitarem às oportunidades do momento. Peçamos a Deus que inspire os homens públicos, atualmente no leme da Pátria do Cruzeiro, e que, nesta hora amarga em que se verifica a inversão de quase todos os valores morais, no seio das oficinas humanas, saibam eles colocar muito alto a magnitude dos seus precípuos deveres. E a vós, meus filhos, que Deus vos fortaleça e abençoe, sustentando-vos nas lutas depuradoras da vida material.
LIVRO: “BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO”
ESPÍRITO: Humberto de Campos
esclarecendo
HUMBERTO DE CAMPOS. (*)
Todos os estudiosos que percorreram o Brasil, estudando alguns detalhes dos seus oito milhões e meio de quilômetros quadrados, se apaixonaram pela riqueza das suas possibilidades infinitas. Eminentes geólogos definiram-lhe os tesouros do solo e naturalistas ilustres lhe classificaram a fauna e a flora, maravilhados ante as suas prodigiosas surpresas. Nas paisagens suntuosas e inéditas, onde o calor suave dos trópicos alimenta e perfuma todas as coisas, há sempre um traço de beleza e de originalidade empolgando o espírito do viajor sedento de emoções.
Mas, se numerosos pensadores e artistas notáveis lhe traduziram a grandiosidade de mundo novo, contando “lá fora” as inesgotáveis reservas do gigante da América, todo esse espírito analítico não passou da esfera superficial das apreciações, porque não viram o Brasil espiritual, o Brasil evangélico, em cujas estradas, cheias de esperança, luta, sonha e trabalha o povo fraternal e generoso, cuja alma é a “flor amorosa de três raças tristes”, na expressão harmoniosa de um dos seus poetas mais eminentes.
As reservas brasileiras não se circunscrevem ao mundo de aço do progresso material, que impressionou fortemente o espírito de Humboldt, mas se estendem, infinitamente, ao mundo de ouro dos corações, onde o país escreverá a sua epopéia de realizações morais, em favor do mundo.
Jesus transplantou da Palestina para a região do Cruzeiro a árvore magnânima do seu Evangelho, a fim de que os seus rebentos delicados florescessem de novo, frutificando em obras de amor para todas as criaturas. Ao cepticismo da época soará estranhamente uma afirmativa desta natureza.
O Evangelho? Não seria mera ficção de pensadores do Cristianismo o repositório de suas lições? Não foi apenas um cântico de esperança do povo hebreu, que a Igreja Católica adaptou para garantir a coroa na cabeça dos príncipes terrestres? Não será uma palavra vazia, sem significação objetiva na atualidade do globo, quando todos os valores espirituais parecem descer ao “sepulcro caiado” da transição e da decadência? Mas, a realidade é que, não obstante todas as surpresas das ideologias modernas, a lição do Cristo aí está no planeta, aguardando a compreensão geral do seu sentido profundo. Sobre ela, levantaram-se filosofias complicadas e as mais extravagantes teorias salvacionistas.
Em seu favor, muitos milhares de livros foram editados e algumas guerras ensangüentaram o roteiro dos povos. Entretanto, a sublime exemplificação do Divino Mestre, na usa expressão pura e simples, só pede a humildade e o amor da criatura, para ser devidamente compreendida. Do seu entendimento decorre aquele “Reino de Deus” em cada coração, de que falava o Senhor nas suas meigas pregações do Tiberíades _ reino de amor fraternal, cuja luz é o único elemento capaz de salvar o mundo, que se encaminha para os desfiladeiros da destruição.
E os verdadeiros aprendizes, os crentes sinceros no poder e na misericórdia do Senhor, esperam, com os seus labores obscuros, o advento da cristianização da humanidade, quando os homens, livres de todos os símbolos sectários de separatividade, puderem entender, integralmente, as maravilhas ocultas da obra cristã. Nas suas dolorosas provações dos tempos modernos, quando quase todos os valores morais sofrem o insulto da mais ampla subversão, esses espíritos heróicos e humildes sabem, na sua esperança e na sua crença, que, se Deus permite a prática de tantos absurdos, por parte dos poderosos da Terra, que se embriagam com o vinho da autoridade e da ambição, é que todas essas lutas nada mais representam do que experiências penosas, por abreviar a compreensão geral das leis divinas no porvir. E, serenos na sua resignação e na sua sinceridade, conhecem, ainda, que as lições do Evangelho não são símbolos mortos e aguardam, cheios de confiança no mundo espiritual, a alvorada luminosa do renascimento humano.
Nessa abençoada tarefa de espiritualização, o Brasil caminha na vanguarda. O material a empregar nesse serviço não vem das fontes de produção originariamente terrena e sim do plano invisível, onde se elaboram todos os ascendentes construtores da Pátria do Evangelho.
Estas páginas modestas constituem, pois, uma contribuição humilde à elucidação da história da civilização brasileira em sua marcha através dos tempos. Têm por único objetivo provar a excelência da missão evangélica do Brasil no concerto dos povos e que, acima de tudo, todas as suas realizações e todos os seus feitos, forros dos miseráveis troféus das glórias sanguinolentas, tiveram suas origens profundas no plano espiritual, de onde Jesus, pelas mãos carinhosas de Ismael, acompanha desveladamente a evolução da pátria extraordinária, em cujos, céus fulguram as estrelas da cruz. São elas, ainda, um grito de fé e de esperança aos que estacionam no meio do caminho. Ditadas pela voz de que já atravessou as estradas poeirentas e tristes da Morte, dirigem-se aos meus companheiros e irmãos da mesma comunidade e da mesma família, exclamando:
_ Brasileiros, ensarilhemos, para sempre, as armas homicidas das revoluções!… Consideremos o valor espiritual do nosso grande destino! Engrandeçamos a pátria no cumprimento do dever pela ordem, e traduzamos a nossa dedicação mediante o trabalho honesto pela sua grandeza! Consideremos, acima de tudo, que todas as suas realizações hão de merecer a luminosa sanção de Jesus, antes de se fixarem nos bastidores do poder transitório precário dos homens! Nos dias de provação, como nas horas de venturas, estejamos irmanados numa doce aliança de fraternidade e paz indestrutível, dentro da qual deveremos esperar as claridades do futuro. Não nos compete estacionar, em nenhuma circunstância, e sem marchar, sempre, com a evolução e com a fé realizadora, ao encontro do Brasil, na sua admirável espiritualidade e na sua grandeza imperecível!
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(*) Espírito.
LIVRO: “BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO”
ESPÍRITO: Humberto de Campos.
A PÁTRIA DO EVANGELHO
Humberto de CampoS
D. Henrique de Sagres abandonou as suas atividades na Terra em 1460.
Estava realizado, em linhas gerais, o seu grande destino. Da sua casa modesta da Vila-Nova do Infante, onde se encontra ainda hoje uma placa comemorativa, como perene homenagem ao grande navegador, desenvolvera ele, no mundo inteiro, um sentimento novo de amor ao desconhecido. Desde a expedição de Ceuta, o Infante deixou transparecer, em vários documentos que se perderam nos arquivos da Casa de Avis, que tinha a certeza da existência das terras maravilhosas, cuja beleza haviam contemplado os seus olhos espirituais, no passado longínquo.Toda a sua existência de abnegação e ascetismo constituíra uma série de relâmpagos luminosos no mundo de suas recordações. A prova de que os seus estudos particulares falavam da terra desconhecida é que o mapa de André Bianco, datado de 1448, mencionava uma região fronteira à África. Para os navegadores portugueses, portanto, a existência da grande ilha austral já não era assunto ignorado.
Novamente no Além, o antigo mensageiro do Mestre não descansou, chamando a colaborar com ele numerosas falanges de trabalhadores devotados à causa do Evangelho do Senhor. Procura influenciar sobre o curto reinado de D. Duarte estendendo, com os seus cooperadores, essa mesma atuação ao tempo de D. Afonso V, sem lograr uma ação decisiva a favor das empresas esperadas. Aproveitando o sonho geral dos tesouros das Índias, a personalidade do Infante se desdobra, com o objetivo de descortinar o continente novo ao mundo político do Ocidente. Enquanto a sua atuação encontra fraco eco junto às administrações de sua terra, o povo de Castela começa a preocupar-se seriamente com as idéias novas, lançando-se à disputa das riquezas entrevistas. Eleva-se então ao poder D. João II, cujo reinado se caracterizou pela previdência e pela energia realizadora. Junto do seu coração, o emissário invisível encontra grandes aspirações, irmãs das suas. O Príncipe Perfeito torna-se o dócil instrumento do mensageiro abnegado. A mesma sede de além lhe devora o pensamento. Expedições diversas se organizam.
O castelo de São Jorge é fundado por Diogo de Azambuja, na Costa da Mina; Diogo Cão descobre toda a costa de Angola; por toda parte, sob o olhar protetor do grande rei, aventuram-se os expedicionários. Mas o espírito, em todos os planos e circunstâncias da vida, tem de sustentar as maiores lutas pela sua purificação suprema. Entidades atrasadas na sua carreira evolutiva se unem contra as realizações do príncipe ilustre. Depois do desastre no Campo de Santarém, no qual o filho perde a vida em condições trágicas, surgem outras complicações entre a sua direção justiceira e os nobres da época, e D. João II morre envenenado em Alvor, no ano de 1495.
Todavia, os planos da Escola de Sagres estavam consolidados. Com a ascensão de D. Manuel I ao poder, nada mais se fez que atingir o fim de longa e laboriosa preparação. Em 1498, Vasco da Gama descobre o caminho marítimo das Índias e, um pouco mais tarde, Gaspar de Corte Real descobre o Canadá. Todos os navegadores saem de Lisboa com instruções secretas quanto à terra desconhecida, que se localizava fronteira à África e que já havia sido objeto de protesto de D. João II contra a bula de Alexandre VI, que pretendia impor-lhe restrições ao longo do Atlântico, por sugestão dos reis católicos da Espanha.
No dia 7 de março de 1500, preparada a grande expedição de Cabral ao novo roteiro das Índias, todos os elementos da expedição, encabeçados pelo capitão-mor, visitaram o Paço de Alcáçova, e na véspera do dia 9, dia este em que se fizeram ao mar, imploraram os navegadores a bênção de Deus, na ermida do Restelo, pouso de meditação que a fé sincera de D. Henrique havia edificado. O Tejo estava coberto de embarcações engalanadas e, entre manifestações de alegria e de esperança, exaltava-se o pendão glorioso das quinas.
No oceano largo, o capitão-mor considera a possibilidade de levar a sua bandeira à terra desconhecida do hemisfério sul. O seu desejo cria a necessária ambientação ao grande plano do mundo invisível. Henrique de Sagres aproveita esta maravilhosa possibilidade. Suas falanges de navegadores do Infinito se desdobram nas caravelas embandeiradas e alegres. Aproveitam-se todos os ascendentes mediúnicos. As noites de Cabral são povoadas de sonhos sobrenaturais e, insensivelmente, as caravelas inquietas cedem ao impulso de uma orientação imperceptível. Os caminhos das índias são abandonados. Em todos os corações há uma angustiosa expectativa. O pavor do desconhecido empolga a alma daqueles homens rudes, que se viam perdidos entre o céu e o mar, nas imensidades do Infinito.
Mas, a assistência espiritual do mensageiro invisível, que, de fato, era ali o divino expedicionário, derrama um claror de esperança em todos os ânimos. As primeiras mensagens da terra próxima recebem-nas com alegria indizível. As ondas se mostram agora, amiúde, qual colcha caprichosa de folhas, de flores e de perfumes. Avistam-se os píncaros elegantes da plaga do Cruzeiro e, em breves horas, Cabral e sua gente se reconfortam na praia extensa e acolhedora. Os naturais os recebem como irmãos muito amados. A palavra religiosa de Henrique Soares, de Coimbra, eles a ouvem com veneração e humildade. Colocam suas habitações rústicas e primitivas à disposição do estrangeiro e reza a crônica de Caminha que Diogo Dias dançou com eles nas areias e Porto Seguro, celebrando na praia o primeiro banquete de fraternidade na Terra de Vera Cruz.
A bandeira das quinas desfralda-se então gloriosamente nas plagas da terra abençoada, para onde transplantara Jesus a árvore do seu amor e da sua piedade, e, no céu, celebra-se o acontecimento com grande júbilo. Assembléias espirituais, sob as vistas amorosas do Senhor, abençoam as praias extensas e claras e as florestas cerradas e bravias. Há um contentamento intraduzível em todos os corações, como se um pombo simbólico trouxesse as novidades de um mundo mais firme, após novo dilúvio.
Henrique de Sagre, o antigo mensageiro do Divino Mestre, rejubila-se com as bênçãos recebidas do céu. Mas, de alma alarmada pelas emoções mais carinhosas e mais doces, confia ao Senhor as suas vacilações e os seus receios:
- Mestre – diz ele – graças ao vosso coração misericordioso, a terra do Evangelho florescerá agora para o mundo inteiro. Dai-nos a vossa bênção para que possamos velar pela sua tranqüilidade, no seio da pirataria de todos os séculos. Temo, Senhor, que as nações ambiciosas matem as nossas esperanças, invalidando as suas possibilidades e destruindo os seus tesouros. . .
Jesus, porém, confiante, por sua vez, na proteção de seu Pai, não hesita em dizer com a certeza e a alegria que traz em si:
- Helil, afasta essas preocupações e receios inúteis. A região do Cruzeiro, onde se realizará a epopéia do meu Evangelho, estará, antes de tudo, ligada eternamente ao meu coração. As injunções políticas terão nela atividades secundárias, porque, acima de todas as coisas, em seu solo santificado e exuberante estará o sinal da fraternidade universal, unindo todos os espíritos. Sobre a sua volumosa extensão pairará constantemente o signo da minha assistência compassiva e a mão prestigiosa e potentíssima de Deus pousará sobre a terra de minha cruz, com infinita misericórdia. As potências imperialistas da Terra esbarrarão sempre nas suas claridades divinas e nas suas ciclópicas realizações. Antes de o estar ao dos homens, é ao meu coração que ela se encontra ligada para sempre.
Nos céus imensos, havia clarões estranhos de uma bênção divina. No seu sólio de estrelas e de flores, o Supremo Senhor sancionara, por certo, as bondosas promessas de seu Filho.
E foi assim que o minúsculo Portugal, através de três longos séculos, embora preocupado com as fabulosas riquezas das Índias, pôde conservar, contra flamengos e ingleses, franceses e espanhóis, a unidade territorial de uma pátria com oito milhões e meio de quilômetros quadrados e com oito mil quilômetros de costa marítima. Nunca houve exemplo como esse em toda a história do mundo. As possessões espanholas se fragmentaram, formando cerca de vinte repúblicas diversas. Os Estados americanos do norte devem sua posição territorial às anexações e às lutas de conquista. A Louisiana, o Novo México, o Alasca, a Califórnia, o Texas, o Oregon, surgiram depois da emancipação das colônias inglesas. Só o Brasil conseguiu manter-se uno e indivisível na América. entre os embates políticos de todos os tempos. É que a mão do Senhor se alça sobre a sua longa extensão e sobre as suas prodigiosas riquezas. O coração geográfico do orbe não se podia fracionar.
Livro: “Brasil, Coração do Mundo – Pátria do Evangelho”.
Espírito: Humberto de Campos. Psicografia: Francisco Candido Xavier.
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