As pessoas que buscam a alma gêmea se vêem às voltas com inúmeras questões. Existirá este parceiro ou será apenas um mito? O que sentirei quando estiver à sua frente? Como e onde encontrá-la? Será meu cônjuge o ideal para mim?
Na Sinastria, estudo astrológico do relacionamento entre duas pessoas, sejam amigas, amantes, namorados, irmãos etc., sobrepõem-se os mapas natais, e verifica-se, entre outras coisas, o que cada planeta está sinalizando para os planetas/casas/signos do outro. Ao respirarmos, não só trazemos a energia cósmica universal, cuja vibração está representada pelo mapa astral do momento, ou seja, o trânsito astrológico, como também o padrão vibracional (o mapa natal) da pessoa que está próxima.
A ação dos planetas de um mapa no do outro representa atração, repulsa, envolvimento, entendimento, magnetismo, tesão etc., sentimentos e sensações que marcam o efeito do encontro de duas pessoas. Por exemplo, Sol, Lua e Vênus, quando em "contato" com Netuno da outra pessoa pode revelar um encontro com o amante ideal, um reencontro cármico ou até o sentimento de "estar na pele do outro".
Mas Netuno também traz um certa "névoa", ilusão, sonho e fantasia, o que pode hipnotizar ou iludir bastante. Se o contato for com Urano, cujo lema é "liberdade, igualdade e fraternidade", pode representar um relacionamento fraternal, original, livre e aberto a mudanças. Mas Urano também rompe, é brusco, inovador e traz mudanças repentinas.
No caso de aspectos com Plutão, o poder do outro, a sexualidade, a paixão e o mistério estarão presentes. Já Saturno, o "abridor de portais", o cobrador, pede tudo certinho, dentro do que cada um considera como valores. A união poderá ser muito forte, mas também restringir e enrijecer a relação com muitas cobranças, o que gera crescimento ou sufoco.
Esses são apenas alguns "fragmentos" de um complexo sistema. Desconheço a existência de um estudo que garanta, de maneira absoluta, serem duas pessoas almas gêmeas. A astrologia ajuda a entender, mostra as características de cada um que combinam e as que não combinam umas com as outras. Ou ainda, como o par conduz os assuntos: amor, sexo, sensualidade, casamento, filhos, amizades etc. Mas garantir muito mais que isso, ou até se o relacionamento vai "dar certo", é difícil - "os astros inclinam mas não determinam".
Nesse ano de 2010, a regência anual de Vênus traz o assunto amor de maneira forte. O amor está no ar! Existe algo mais lindo e construtivo que o amor? E o buscamos porque alimenta a nossa alma e dá sentido e significado à vida. Mas para darmos amor para alguém é necessário que tenhamos amor por nós mesmos, em primeiro lugar. Como dar algo que não se tem ou estando fora de sintonia consigo mesmo? Quando se está amando outra pessoa, apaixonado, descobrindo afinidades mil, em perfeita harmonia, com uma sensação de completude, muitos se confundem e imaginam ter achado sua alma gêmea. Mas, passado um tempo, em muitos casos, por que tudo muda? Não poderia ficar sempre assim? Então, não era alma gêmea? O que aconteceu? E quando nunca muda?
Esotericamente se fala que Deus criou as Mônadas, também chamadas Divinas Presenças Eu Sou, ou Espíritos, e que estas criaram, cada uma, doze almas ligadas a ela, que por sua vez criaram, também cada uma, doze Extensões de Alma.
Ou seja, ligadas à mesma Mônada teríamos 144 Extensões de Alma que são as parcelas espirituais que encarnam em um corpo físico. Deste ponto de vista, essas seriam verdadeiramente almas gêmeas, que trabalham para evoluir o mesmo Espírito. Você teria então, esotericamente, 143 almas gêmeas.
Onde estão essas criaturas? Em qualquer lugar do tempo e do espaço, mas nunca no mesmo que o seu. O encontro seria catastrófico, um se perderia no outro e o objetivo evolucional estaria comprometido para essa vida.
Segundo Platão, em O Banquete, os seres humanos eram originalmente duas pessoas no mesmo corpo. Tinham duas cabeças, quatro braços e quatro pernas, tudo em duplicidade. Eram auto-suficientes e fortes, por isso se tornaram arrogantes e antipáticas aos deuses, o que obrigou Zeus, o Deus Supremo, a reparti-las, diminuindo assim seu poder e felicidade. O que aconteceu, desde então? Cada metade passou a ansiar ardentemente por reencontrar o seu "complemento", numa busca frenética. Quando se reencontravam, se abraçavam e se agarravam, tentando incontidamente se tornar um só. Existiam, antes da separação, seres com três sexos distintos: o masculino, o feminino e o hermafrodita (bissexuado). As metades masculinas do ser masculino passaram a buscar sua "alma gêmea" em outro homem, assim como as do ser feminino em outra mulher, isto é, através de relações homossexuais. Apenas as hermafroditas, metade homem, metade mulher, buscavam seus complementos numa ligação heterossexual. Platão descreve que, quando duas partes da mesma alma finalmente se reencontraram, vislumbrou-se uma das maiores armadilhas existenciais: as duas se emaranharam de tal forma na relação que se tornaram mutuamente dependentes e morreram de fome.
Existirão ou não almas gêmeas? Caso existam, será um encontro sagrado, maravilhoso, divino? O que tenho observado é que existem sim pessoas que nos impactam em encontros, de maneira mais forte e positiva que outras. O significado disso, possivelmente, é um reencontro entre pessoas que tiveram relacionamentos marcantes em vidas anteriores, o que a Terapia de Regressão a Vidas Passadas tem explicado de maneira contundente.
Outro motivo seria o pré-destino, isto é, encontrar um companheiro evolutivo, a quem se estaria pré-destinado a se viver juntos, compartilhando situações e caminhos e ajudando-se mutuamente em suas jornadas nessa vida, "almas companheiras". Além disso, não podemos deixar de lado os fatores astrológicos, vibracionais, quânticos, que magnetizam, polarizam e nos fazem ser atraídos e atrair outros campos vibracionais, ou seja, determinadas pessoas de uma maneira peculiar e única.
O trabalho com a Mesa Radiônica se apresenta extremamente útil para cortar laços cármicos e emocionais, traumas e mágoas que podem existir a partir de outras vidas, liberando os dois para serem o que vieram ser e assumirem o seu propósito de vida. Isso tornará a relação evolutiva e não cármica.
Não tenha receio de se relacionar. O relacionamento desperta em nós sementes adormecidas, potenciais ou bloqueios que nem sabíamos ter, e nos faz querer melhorar. Claro que também existe o outro lado. Afinal, onde há luz, há sombra. Amor e ódio são sentimentos polares.
"Quanto mais se relaciona mais se cresce, porque mais se sai de si. Quanto menos se relaciona, menos se evolui, porque fica-se igual a antes" (Anna Maria da Costa Ribeiro).
Ter encontrado sua alma gêmea ou não, o que importa? Todo encontro é sagrado! Afinal, "tudo vale a pena quando a alma não é pequena" (Fernando Pessoa).
Texto revisado
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