VAMOS SER UM? |
Por Eliana Matthos
Se Deus fosse visto como uma esfera, não existiria uma delimitação naquela, simbolizando separadamente a sua parte feminina ou a masculina. Deus é a energia que criou e que sustenta todo o Universo. Como um todo.
Por sermos seres que mantêm uma tradição de usar o mental para “entender” Deus, repartimos nosso criador e mantenedor, dentre outras maneiras, como energia masculina e feminina. É como se uma energia pura saísse de uma fonte primeva e se manifestasse em ramificações. Neste contexto estariam inclusos todo os santos, orixás, seres angélicos, elementais, mestres ascensionados e outros que, além de ter sua faixa vibratória e de serviço ao Criador, estariam divididos em “masculinos” e “femininos”.
A energia “masculina” nos remete a virtudes e movimentos de ação, mental, início, coragem, enfim um fazer, lutar, acontecer. A “feminina” a virtudes e movimentos de recepção, sentimental, emoção, acalanto, gestação.
Fomos criados ouvindo que meninos não choram e meninas devem ser boazinhas. E por muito tempo tentamos assim nos comportar. Naturalmente, quando estamos mais crescidos, percebemos por nossas experiências que essa não é bem a realidade. A própria sociedade, quando estamos na fase adulta, nos cobra um comportamento diverso, exemplarmente: de os homens participarem mais da família, como membro ativo no âmbito sentimental e as mulheres de serem mais ativas, competitivas no trabalho.
Então, se pensarmos e sentirmos a situação, percebemos que na verdade não utilizamos nada em nossa vida separado de outro algo dentro de nós. Somos um todo, em manifestação. E o que vale para o menor, vale para o maior. Deus não se divide.
Sentimos afinidades dentro de nós, quando nos ligamos às energias representativamente masculina ou feminina. Sentimos afinidade com o que estes Seres representam em suas virtudes masculinas ou femininas. Na verdade reconhecemos algo que somos, senão não reconheceríamos estas energias e o que elas representam.
Celebramos no Universo as energias de Deus, separadamente. Pela nossa lógica e racionalidade, dividimos Deus em energias diferenciadas e trabalhamos com algumas de cada vez, em particular. E utilizamos de meios didáticos para explicar o que vemos e sentimos.
Onde estaria o equilíbrio, a medida? No meio. O caminho do meio. Se Mãe Maria não utilizasse a energia masculina, não realizaria as ações necessárias e se Arcanjo Miguel não utilizasse da energia feminina, perderia a mão em seu “fazer”, não usando a compaixão como medida em suas ações.
Temos, como Seres Humanos, a capacidade de sermos integrais. Manifestar a energia feminina e masculina em conjunto, sem separações lógicas e impostas; Sem traumas, sem bloqueios, medos. São conceitos que ouvimos desde pequenos, por gerações e que acreditamos. Um novo conceito surge: o Ser integral. É um degrau acima do que estamos acostumados. Buscar a nossa energia mantenedora na Fonte – que somos nós mesmos em outro nível, sem nos dividir na busca ou na manifestação daquela. Abrimos nosso coração e mente para essa possibilidade, que é real.
Como humanos, vamos conseguir acessar um número mais amplo de pessoas, pois não nos limitamos, trabalhamos com a totalidade, sem pré-conceitos. Como Seres de Luz vamos nos abrindo para o que realmente somos, ilimitados, sem barreiras, sem ilusões, trazendo a nossa verdade pura, a energia sem forma ou dualidade.
E que a energia se manifeste em todos os momentos como for necessário, pois não somos partidários a somente uma corrente energética. Nos tornamos integrais. Sem pátria. Sem limites. Sem filiações. Somente a nossa Luz em nós, que não tem divisões.
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