26 dezembro, 2010

OS TRÊS CRIVOS


      
 Chico
      
        ...Certa feita, um homem esbaforido achegou-se a Sócrates e sussurrou-lhe aos ouvidos:
        -Escuta, na condição de teu amigo, tenho alguma coisa muito grave para dizer-te, em particular...
        - Espera!... ajuntou o sábio prudente. Já passaste o que me vais dizer pelos três crivos?
        -Três crivos?! – perguntou o visitante, espantado.
        - Sim, meu caro amigo, três crivos. Observemos se tua confidência passou por eles. O primeiro, é o crivo da verdade. Guardas absoluta certeza, quanto àquilo que pretendes comunicar?
        - Bem, ponderou o interlocutor, assegurar mesmo, não posso... Mas ouvi dizer e... então...
        - Exato. Decerto peineiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julgas saber, será pelo menos bom o que me queres contar?
        Hesitando, o homem replicou:
        - Isso não!... Muito pelo contrário...
        - Ah! – tornou o sábio – então recorramos ao terceiro crivo: o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige.
        - Útil?!... – aduziu o visitante ainda agitado.
        – Útil não é...
        - Bem – rematou o filósofo num sorriso, - se o que tens a confiar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que nada valem casos sem edificações para nós...
        Aí está, meu amigo, a lição de Sócrates, em questões de maledicência...
Irmão  X
Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, 
extraído do livro "Aulas da Vida"






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